Wednesday, November 18, 2009

Todos os dias atravesso o rio, e todos os dias há um novo cheiro naquela margem. E durante o caminho do rio, sinto que há dias que me fazem balançar. O balanço faz-me apenas viver a vida. Faz-me acreditar e lutar por tudo o que mais quero e desejo. Naquele rio, deixo todos os dias pensamentos e tantas vezes lhe confesso os meus medos. Do medo, erguemos a vontade e a coragem. E no meio disto, o comboio segue, afinal todos os passageiros pagaram o seu bilhete. Até ao destino, sobram longos minutos e cada vez entram mais passageiros. Há copas, ouros,paus e espadas em cima de mesas inventadas. Eu e todos os outros passageiros, que me acompanham até ao destino, temos no minímo um sonho em comum. Em terra, os pés são postos no chão e por muito trabalho e afins, acalmo em mim este dia cansado. Vai escurecendo e o brilho da noite reflecte no mesmo rio. Deixo-me ir. Esta noite e até amanhã de manhã, Lisboa é minha.

3 comments:

Unknown said...

Bravo.. =)

Unknown said...

Depois até me sinto envergonhado de escrever banalidades de uma forma banal no meu blog... Tu ao menos fazes isso com estilo !

Se isto fosse o facebook carregava no 'Gosto !'

beijinho *

EM said...

O rio pode ser entendido como fertilidade, sabes que ao passares o rio tens como destino uma terra fértil em aprendizagem.

O rio pode ser morte e renovação, pensemos em morte de uma forma positiva, tenho a certeza que guardas com carinho numa caixinha tudo o que vives-te antes de teres de passar o rio todos os dias. A renovação vem depois de criares esta nova vida que passa pelo rio todos os dias (ou quase).

Quanto a estas definições de rio, não sei até que ponto são verdadeiras. Pois simplesmente escrevi: "simbologia rio" no G(rande)oogle motor de busca. :)

[ah e parece-me que a cara do pano branco também está renovada :)]